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Gekigá --(By:Maximos)

Posted by Mauty SIlver | Posted in | Posted on 17:20

Nós que estamos acostumados a mangás, shoujo, shounen, acabamos nos esquecendo

um pouco de outros estilos muito importantes, tal como o Gekigá, que teve um

papel essencial no desenvolvimento dos mangás, tanto no Japão quanto no resto

do mundo.



A palavra Gekigá (劇画)tem o significado: “Desenhos Dramáticos”, que é usado para descrever esse estilo singular de arte, com enredos “dramáticos”. E se tornaram conhecidas no ocidente como ”Graphic Novel”, ou “mangás adultos”.


Os gekigás são “destinados”, ao publico adulto, pois tratam com mais realidade temais mais sólidos, com histórias mais complexas, e dramáticas.


Em contraste com os mangás, não há personagens frenéticos com cabelos espetados e coloridos que descobrem novos poderes em cada batalha, nem com romances repentinos e incontroláveis, comédias sem sentidos ou com humor sádico e piadas dúbias, viagem a outros mundos, ou batalhas com monstros colossais.


Mas apresenta personagens bem próximos da realidade com traços magníficos, onde nas batalhas há só um sobrevivente, e não há outra maneira de se obter aprimoramento a não ser continuar vivendo para continuar lutando. Os personagens tornam-se mais individualistas, pois geralmente buscam um objetivo próprio.

Há um desenvolvimento do roteiro com maior seriedade, e mais realismo e por isso às vezes são confundido equivocadamente com mangás de pornografia, e com extrema violência.

Tiveram seu inicio na década de 50, com seu percurso Yoshihiro Tastumi(MULHERES; publicado no Brasil pela editora Zarabatana), e logo depois aderido por outros autores como Tetsuya Chiba(Ashita no Joe), Takao saito (Golgo 13), Sanpei Shirato (A lenda de Kamui, Kamuiden).

Como haviam grandes diferenças entre os mangás atuais e o gekigá, também havia grandes contrates no gosto para as pessoas que preferiam algo mais realista, então os gekigás sugiram para suprir essas necessidades.



Num período pós-guerra, o acesso a cultura começava a engatinhar novamente, e para acelerar esses paços haviam as Kashihanyás, eram livrarias onde as pessoas tinha contato com livros, mangá, e até fanzines de autores que se tonaram famosos com o tempo


(como o Tetsuya Chiba), nelas eram vendidas, ou alugadas essas obras, por um preço acessível para a população interessada, essas biblioteca


proporcionaram aos gekigás a estrutura necessária para serem realmente importante, pois nesse período, assuntos como vingança, armas, mortes, guerras, corrupção, ainda estavam na mente do publico alvo os adultos, e os gekigás chegaram com o seu traço único e a complexidade nos enredos desenvolvendo principalmente esses temas.



Então com todo o alcance que os gekigás ganharam, eles precisavam procurar o que havia de jovem nos adultos, que ainda eram literalmente jovens, mas não podiam ceder ao mundo pois muitos já tinha grandes responsabilidades para se preocuparem como cuidar da sucessão da família, trabalhar durante todo o dia para sustentar muitas vezes esposas, filhos.
Mas nem os mangás, nem os gekigás, sugiram tão simplesmente, mas tiveram muitas mudanças e


ainda tem.


Então para entender um pouco mais sobre os dois vamos um pouco mais fundo na história.
Durante o Período Edo (1603-1867) no Japão, as pessoas tinham como uma fonte de distração, desenhos com diálogos contando justamente histórias dramáticas e sérias.

 
E com o tempo veio a surgir para a burguesia da época literaturas que ganharam o nome de Gesaku-Bungaku (cultura escrita). Esses tipo de literatura era divida em gêneros tais como os sharebon, ninjõbon, kokkeibon, e os yomihon.Eles estiveram em publicação desde 1740 até o fim do século XIX.


Os Sharebon (livros-imorais) foram proibidos pelo governo Shunal em 1790 por causa do seu conteúdo que era geralmente baseado em contos eróticos das cortesãs de Edo e Osaka, teve inicio em 1755, e assim que foram proibidos, foram substituídos pelos Ninjõnon (livros Sentimentais), que costumava falar sobre a vida das pessoas comuns, que não pertenciam a burguesia mostrando seus cotidianos, valores, e costumes. Kokkeibon (livros cômicos), foi um dos primeiros aparecendo desde 1733, apresentavam temas voltados para comédias, e sátiras.


Yomihon (livros de leitura) com um temas mais abrangentes como fantasias baseadas na mitologia Chinesa, romances de ficção, aventuras de samurais idealistas, e histórias com fundo moral, ou as vezes até mesmo eram baseados em pessoas reais como os 47 Ronins, começaram a aparecer por volta de 1744.
Visto que esse tipo de literatura era direcionada para a burguesia acabava se tornando quase inacessível ao restante da população, então no inicio do século XIX os gêneros esses gêneros ganharam versões mais baratas, e foram se tornando mais acessíveis, mesmo que com materiais de qualidade menos, como os kasazõshi (publicações mal-cheirosas), que ganharam esse nome por causa do sheiro que a tinta tinha. Mas o cheiro não afastou as pessoas do interesse, e os preços ajudaram a popularização. Os kusazõshi mais famosos foram os kibyõshi (livros amarelos), que tinham uma cor amarela, onde eram ficaram famosos por suas histórias para crianças, e as consagradas histórias de gesaku-bugaku para adultos. Graças aos kibyõshi os mangás tornaram-se mais acessíveis atualmente, e por isso é considerado um dos precursores do mangá e do Gekiga.
Até que então por volta de 1814 o artista Hokusai usou o termo “mangá” (desenho humorístico) como titulo de uma série de gravuras no estilo cômico. Então passou haver a divisão entre mangás, e gekigás, a expressão mangá era usada para descrever desenhos de humor, ou com caráter cartunisado, e os gekigás para descrever obras mais sérias, mais dramáticas.

Já a partir do século XX, mangá, se tornou sinônimo de desenho japonês, e gekigá de quadrinhos sérios, e adultos.




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